quarta-feira, 30 de abril de 2008

Maio

Maio maduro Maio Quem te pintou Quem te quebrou o encanto Nunca te amou Raiava o Sol já no Sul E uma falua vinhaLá de Istambul Maio maduro Maio Quem te pintou Quem te quebrou o encanto Nunca te amou Raiava o Sol já no Sul E uma falua vinhaLá de Istambul. In José Afonso

terça-feira, 29 de abril de 2008

Patologia


Abril


Só há liberdade a sério quando houvera paz o pão habitação saúde educação só há liberdade a sério quando houver liberdade de mudar e decidir quando pertencer ao povo o que o povo produzir. in, Sérgio Godinho

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Amanhã fica comigo.


Gostava de te dizer como é bom cuidar de ti. Como sinto o teu amor nos teus gestos envergonhados. Como te amo ainda mais no teu olhar traquina de quem recebeu um presente. Da forma como forras a realidade, ás vezes tão dura, de algodão só para eu não me magoar.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Obra Prima


A minha secretária!


João Amaral


"O Manifesto de Renovação Comunista nunca poderia ser um documento acabado. Seria uma contradição nos termos sair de uma ortodoxia para entrar noutra. Esta é uma proclamação do pensamento livre, do compromisso com as grandes causas da Humanidade, de afirmação do valor e actualidade da ideia comunista, de assunção das responsabilidades que o devir do tempo for reclamando." , in Setembro de 2002 João Amaral

Ary


Há que dizer-se das coisas


o somenos que elas são.


Se for um copo é um copo


se for um cão é um cão.


Mas quando o copo se parte


e quando o cão faz ão ão


?Então o copo é um caco


e um cão não passa dum cão.


Quatro cacos são um copo


quatro latidos um cão.


Mas se forem de vidraça


e logo foram janela?


Mas se forem de pirraça


e logo forem cadela?


E se o copo for rachado?


E se o cão não tiver dono?


Não é um copo é um gato


não é um cão é um chato


que nos interrompe o sono.


E se o chato não for chato


e apenas cão sem coleira?


E se o copo for de sopa?


Não é um copo é um prato


não é um cão é literato


que anda sem eira nem beira


e não ganha para a roupa.


E se o prato for de merda


e o literato de esquerda?


arte-se o prato que é caco


mata-se o vate que é cão


e escreveremos então


parte prato sape gato


vai-te vate foge cão
Assim se chamam as coisas


pelos nomes que elas são.

Os Sinos da Minha Aldeia




Fim de Semana Prolongado


Teatradas


terça-feira, 22 de abril de 2008

Óculos


O único facto realmente a importante a rete,r ontem do debate no programa televisivo prós e contras sobre o futuro do PSD, foram os óculos novos da Zita Seabra.

Bairro Alto


Entre pederastas e artistas, entre putas e intelectuais de esquerda, entre yuppies e travestis, entre velhas feias e zangadas de sono e meninas coquettes anoreticas, entre o que foi e o que há-de vir, entre o vinho tinto e a vodka... No bairro alto sinto-me em casa.

Beatriz


Hoje no metro vi uma rapariga trigueira, tão portuguesa, cabelos castanhos, olhos negros, sardenta, dentes brancos, quase alvos. Uma daquelas mulheres que se vêem nos filmes dos anos 40 e 50. Imaginei-a numa seara, com o sol a queimar-lhe o rosto escondido por um lenço bordado, mas não consegui tirar-lhe o dossier de arquivo que ela realmente trazia na mão e que na lombada tinha escrito Ortopedia II, para oníricamente lhe colocar uma foice.

Escritório


Existem dias que a gravata sufoca mais que outros.

Sonho

Sentado numa pedra... é de noite. E debaixo do céu da Serra quase que toco nas estrelas. As cadentes são amiúde e cada uma que vejo, desejo. Estou sozinho, embora rodeado de pessoas. Entre um copo de whisky e um bafo de charuto vou perdendo o tempo. De repente, devagar e sem aviso pára-me na mão um pirilampo. Guardo-o. Não ofusca as estrelas, mas ilumina-me por dentro. Seguro-o mais perto. A luz que é e não é, em tempo moderado, tranquiliza-me. Sinto que se sente confortável sentado na minha mão. Sinto que o faço sentir. E eu também. A dinâmica é pura. E adormeço. Num estado latente, à semelhança de um sonho acordado, vivo e respiro a sinergia. Nunca tinha visto luz assim. As cadentes que continuam a cair já não me prendem. Nunca vi, em nada nem ninguém, o que só consigo ver à luz de um pirilampo. Seguro-o, ainda mais perto. Aperto. E o conforto que era, já não é. Um dia, passados vários de luz, o pirilampo cansou-se e voou. Levou com ele, sem saber, a tranquilidade que me guardava. Agora estou no mesmo sítio onde estava, de alma apagada. Sem retorno. Depois de conhecer esta luz, a das cadentes nem a vejo. E sentado numa pedra, entre um copo de whisky e um bafo de charuto, resta-me a lembrança de uma luz que vou guardar para sempre...
Mas eu não bebo Whisky....

quarta-feira, 16 de abril de 2008

O Gato!


“(…) Tiveste durante uns tempos um gato extraordinário: grande, branco de uma arrogância e charme imperial. Quando algum ser humano se aproximava – incluindo tu – o gato erguia o rabo, virava as costas e afastava-se com passo lento e determinado. Não permitia qualquer tipo de mimo, sempre esquivo, assanhava-se se alguém lhe pretendia passar a mão pelo pêlo. Da mesma forma se recusava a dormir na cozinha – dormia ao teu lado numa almofada posta por ele próprio, mas ai de ti se ousasses fazer-lhe uma festa. Simpatizava com a personalidade solitaria desse gato, se o bicho fosse homem haveria de amar com tanta força como a que fugia desse sentimento(…)” in, Fazes-me Falta, Inês Pedrosa

Genesis 1:1

"No princípio criou Deus os céus e a terra."